O novo cinema lageano é premiado em Santa Catarina 29 de janeiro de 2021
  • Autor : Luis Rodrigo Rossete

O novo cinema lageano é premiado em Santa Catarina

A produção de cinema em Lages tem inegável relevância no cenário estadual. Prova disso é a expressiva safra de cineastas e criadores da cidade, selecionados na edição 2020 do Prêmio Catarinense de Cinema.

O Prêmio organizado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), fomenta a criação de obras audiovisuais em todas as regiões de Santa Catarina. Os indicadores de crescimento se mostram muito positivos: na serra em 2019, foram três projetos inscritos e apenas um contemplado, já em 2020, tivemos um salto para doze inscritos e cinco contemplados.

Entre os vencedores estão destaques em ascensão como Julian Marques, Lucas Reichert e Tiago Fernandes, sócios do Canal Maré, o maior canal de comunicação jovem e entretenimento da Serra Catarinense. Armin Reichert e Doty Luz, nomes conhecidos do cenário audiovisual lageano também estão entre os premiados, assim como dois estreantes na máquina do cinema local, mas experientes na produção artística da cidade, Bruno Machado e Jana de Liz.

Muito dessa nova safra de cineastas se dá pelo surgimento do Coletivo do Audiovisual Lageano (CAL), congregando em si, inúmeros produtores artísticos locais em um objetivo comum: tornar Lages um pólo estadual nessa área. Assim como os apoios tanto da Fundação Cultural de Lages quanto da Fundação Catarinense de Cultura no fomento a essa força artística.

Contemplados com a obra intitulada "Redoma" Lucas, Julian e Tiago são enfáticos ao afirmarem que a oportunidade recebida terá uma execução primorosa, reunindo além deles, profissionais da região gabaritados em cinema para a entrega de um filme com nível nacional. Outro destaque feito pelo trio é o da importância deste edital catarinense, em valorizar criadores de diversas regiões estaduais e não só cineastas da capital e de cidades mais populosas. Para Julian é uma mistura de sensações: "O sentimento de ser contemplado pela primeira vez no prêmio catarinense de cinema é uma união de duas sensações né...

A primeira é a da importância de receber uma oportunidade pra desenvolver uma obra cinematográfica de uma forma diferenciada e buscar uma relevância em toda Santa Catarina que justifique essa oportunidade.

E a segunda é a de reconhecimento e constatação de uma cena de produção audiovisual de Lages e da serra catarinense que já vem em crescimento há muitos anos e que desenvolve um trabalho que pede passagem e merece atenção há um bom tempo.

O Canal Maré não só se preparou pra executar essa obra, como quer, a partir dela, fortalecer ainda mais o cinema lageano e mostrar pro estado inteiro o potencial artístico e histórico que ele tem!"

Armin Reichert, selecionado também na edição de 2019 com a obra "A Vingança É Um Beijo de Fogo no Sereno", foi premiado neste ano com o projeto de um curta-metragem intitulado "O Tropeiro e o Demônio Branco". Para Armin, além da parte artística e cultural da produção de cinema, é importante ressaltar o aspecto econômico na região: "Esses projetos são necessários e relevantes na questão da incrementação de renda. Produções como essas geram empregos de forma direta e indireta, além de movimentarem diversos setores como hotéis, motoristas, costureiras... são recursos investidos no comércio local fortalecendo ainda mais essa cadeia produtiva"

Propondo um curso sobre audiovisual para pessoas na terceira idade, Doty Luz, destaca o compromisso em repassar conhecimentos acerca da arte para pessoas menos favorecidas: "Ser contemplado no Prêmio Catarinense de Cinema 2020, fortalece o compromisso em levar cultura e arte para todos, sem exceção. Além da satisfação de apresentar aos idosos o audiovisual, o projeto "Luz, Câmera e Inclusão na Terceira Idade" reforça o envolvimento e o sentimento de responsabilidade para os menos assistidos."

Jana De Liz, A convite do produtor Armin Daniel reichert vai dirigir pela primeira vez uma obra cinematográfica.,, Mulher negra lageana e apaixonada por arte, ela ressalta a importância da obra "O Tropeiro e o Demônio Branco" na atual conjuntura: "Incentivos para a produção de audiovisuais ao longo da história sempre se fizeram necessários. Atravessamos um momento delicado e complexo para a arte e a cultura em nosso país, por conta da atual conjuntura, é ainda de maior relevância e importância ter uma obra contemplada pelo Prêmio Catarinense de Cinema, especialmente por se tratar de uma estreia na posição de diretora geral, com uma narrativa negra que atravessa minha vivência, o que me encoraja pra executar um trabalho coletivo que informe, que estimule a imaginação, que desperte sentimentos e emoções, de forma que o/a espectador/a crie vínculo emocional com a obra. O trabalho contará com uma equipe qualificada, cujo os olhares contemplam os mesmos objetivos e a certeza de garantir o melhor resultado final."

Bruno Juarez Machado, proponente do videoclipe musical "Meia-Luz" e um dos integrantes da Banda Camelo

 Azul, que terá seu clipe gravado, destaca que o esforço artístico é recompensado quando se há investimentos em sua realização: "Em relação ao prêmio, quem está envolvido com arte é sempre posto à prova pela falta de recursos, é preciso se reinventar quando falta dinheiro, mas ao existir uma iniciativa que auxilie os profissionais da arte na criação desses produtos é ótimo, e ganhar o prêmio, ser selecionado neste edital, é impossível você não ficar extremamente animado e gratificado com o trabalho que você pode fazer. Ter essa oportunidade, esse incentivo, é muito importante! Faz muita diferença! É um projeto que estamos muito ansiosos para fazer!

Sobre os projetos contemplados com o Prêmio Catarinense de Cinema 2020

Curta-metragem "Redoma": Redoma é uma história de crime, arrependimento e amores além da vida. Por meio de uma narrativa voraz e pulsante, o filme conduz a um carrossel de questionamentos acerca das relações humanas. Redoma transmuta amor em raiva, crime em arrependimento e vida em morte.

Curta-metragem "O Tropeiro e o Demônio Branco": É uma história de terror carregada de crítica social e elementos do folclore local, juntos eles criam uma atmosfera de horror e mistério, através da história de vida de um velho tropeiro enxergarmos o racismo estrutural enraizado na nossa sociedade, trazendo uma história com uma força gráfica e social.

Videoclipe "Meia-Luz": É uma história de resistência, vingança e paixão. Meia-Luz se posta como uma obra reflexiva acerca da repressão sofrida no período ditatorial brasileiro. O clipe faz um recorte histórico sobre o consumo artístico e cultural. A obra demonstra de forma multifacetada, como o poder estatal usava de subterfúgios para que conteúdos audiovisuais que desagradassem o governo fossem censurados.

Curso de Audiovisual "Luz, Câmera e Inclusão na Terceira Idade": O curso propõe utilizar a linguagem audiovisual como principal ferramenta. O laboratório visa transmitir e conhecer os métodos e técnicas utilizados para a produção de vídeos, com ênfase na história oral e no resgate da memória de seus participantes. O objetivo do curso é oferecer de forma gratuita conhecimentos básicos aos idosos de como produzir vídeos, possibilitando que os mesmos utilizem em seu cotidiano essa forma de comunicação com seus entes, amigos e demais pessoas.

Texto: Tiago Fernandes
http://jornalomomento.com.br/

Luis Rodrigo Rossete
Luis Rodrigo Rossete | Autor

O chamado político? Sim, ele veio, e por muitas vezes, relutei e muito, mas, quando assumo um compromisso luto até o fim por ele. Sendo assim, coloquei meu nome como pré-candidato a vereador, e tenho certeza que construirei uma história, uma carreira, onde meus deveres serão para com o povo, com honestidade, trabalhando muito e confiante na construção de uma cidade desenvolvida e uma sociedade próspera.